Apenas Um Soneto
Não sou o nobre de nome Ventania,
Para enriquecer teu momento inquieto.
Não há brilho de pepitas em meu teto,
Nem força a aquecer tua hora sombria.
Engano! Sou plebeu. A verdade fria!...
Pensavas que eu fosse o esguio discreto.
Não tenho ouro. Meu cofre é meu afeto;
Não te darei um “Cadillac” de alegria!
Meu coração chora sem o teu abrigo;
Meu coração em festa sonha contigo.
Minh’alma lamenta!... Um grito profundo!...
O tempo me corrói rumo ao descanso
Urge viver. Chegará o remanso...
Tua marca-d’água está no meu mundo!
Machado de Carlos
Um comentário:
Todos nos vamos "corroendo rumo ao descanso" com as nossas "marcas de água" coladas à alma... Mas tem toda a razão, "urge viver".
Gostei imenso do seu soneto, caro amigo, é excelente.
Machado, tem um bom domingo e uma boa semana.
Abraço.
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