quarta-feira, setembro 26, 2012




Leis do Amor

Tenho passagem com brilho da Lua
Fico feliz no vaso!... – Beijo a flor!
... e o verbo está divino e, com fulgor
resume com ardentes; - raras luzes!...

Temos tesouros em cada interior
nas cortinas alegres, - cores tuas!...
Tímido nas grafias finas d´amor;
leio, com largo sorriso no prelúdio...

Sigo na via com teu olhar Sublime;
nos passos ébrios com a Paz Divina!...
- Ó, encontro ao apogeu do ouro sagrado!...

Tua voz ecoou no tempo; doce e pura!
- Ah, aura chegaste ao cio da ternura...
Nesta noite já com o Céu estrelado...

Machado de Carlos



domingo, setembro 23, 2012




Preciso dizer que te amo!


Caminho, nesta rua, nesta manhã...
Viajo no espaço, no “flash” cor de rosa...
Tenho tua aura de gemas preciosas,
e ouço nesta alameda; — tua canção.


Ah, mergulho em tua pele de maçã,
e mordisco tua flor maravilhosa,
que balança com as vestes charmosas;
—Na ventania... nas nuvens ... e tuas mãos...


Sinto presença viva, — e cristalina! —
— quero sentir tua Paz minha Menina;
— tu tens a mensagem da diretriz!


Navegamos por séculos radiantes,
beijei mil vezes teus lábios diamantes,
quando cantavas versos que te fiz!


Machado de Carlos



terça-feira, setembro 18, 2012



Voz do Silêncio


A face cai na fresta da janela,
olhares se malogram para mim...
obsecrei tantos sonhos na aquarela...
...evaporou!... - Ó sorriso do jardim!


Hoje os perfumes são somente dela.
Tive todo teclado de marfim
a me contemplar nas flores da viela
que se perdeu na noite: — Foi o meu fim!


— Aqueça-me com dor que desalinha;
A trovoada chegou bem de mansinho...
No reflexo do espelho não há alguém!


No infinito entornou-se meu remédio
— Seja bendito fruto deste tédio;
A silhueta pousou no mais além!...


Machado de Carlos



domingo, setembro 16, 2012



Luzes do Amor

Neste breu chega tua luz, Veneranda!
Mãos frágeis se deslizam nesta pena...
Na trilha viajo... - Ah, Rosa amena!
Numa viagem de séculos... de bálsamos...

Pretéritos marcaram grandes dínamos...
Curvo-me diante de ti; - De voz plena;
- Beijo-te!... - Vida de face morena;
...E posso lhe dizer: - Ah, quanto te amo!

Ao amanhecer contemplo um beija-flor;
- ele busca os néctares do meu amor...
... e ele tem as partículas da união!...

Sentimos, logo mais, a brisa da noite,
Que toca nossas peles como açoite;
- Temos no campo notas da canção!

Machado de Carlos


sexta-feira, setembro 14, 2012




Sons de Carrilhões

- Ah!... - Paixão com olhar do contágio!
São badalos que voam na linha real;
Sonatas, fantasias: - Doce naufrágio...
Na apoteose: - Uma Glória no final!

Chegou à libertação; - Leve presságio!...
Bem distante, ouvira o celestial;
A música seguiu com seu adágio,
Delirantes grafias: - Sol, Sol, bemol...

Inda há teus sorrisos; - Vasto Luar...
As facetas hão de cair; - Belo mar!...
- Pena, pena, tarde demais Estrela!

Jovens tristonhas... Tardes... Noites nobres;
- Adeus, jamais se esqueça deste pobre!
- Oh, Morte, estarei pra recebê-la!...

Machado de Carlos



sábado, setembro 08, 2012

... E a Vida Passa!



... E a Vida Passa!

A nave ignota segue ao infinito...
... e o solitário inquire no espaço,
Morcegos balbuciam; — reles malditos!
O grilhão suga e, sangra em pedaços!

... mas tudo no destino estava escrito,
Ele engendrou em sua mira de atos,
E a montanha marcou ecos do grito;
— Despedidas com náufragos abraços!

— Cale-se oração, hoje, sem nexo!
— A rosa descortina o lampadário
Leva o incrível sonho; — ode de sexo!

O plebeu ficou na lida da escória;
Sofre granizos na riba do diário...
— Tentáculos avançam à vitória!...


Machado de Carlos



segunda-feira, setembro 03, 2012



Obsessão

As manhãs são de sonhos e relógios...
Os pensamentos voam e, não encontram
nomenclaturas que fitem os olhos...
Versos cantam... e dançam... e vislumbram...

Ah!... O impossível tece nos espelhos...
A tarde, a utopia cola e alumbra
a espreita de mil olhos vermelhos...
E o vulto segue à sombra e na penumbra!...

A noite do fantasma é jardim;
as madrugadas correm na paixão...
e a voz sorri com cheiro de jasmim.

Cantos e cantos marcam os reflexos,
algaravias rotulam ilusões,
corações se declinam no perplexo!

Machado de Carlos